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Desde 2017, o Projecto Ruínas empenha-se em publicar os textos levados à cena ao longo dos últimos 20 anos de intensa criação teatral, com o objectivo de divulgar o património textual criado por Francisco Campos. 

 

Estas edições são, em si mesmas, objectos de arte, cruzando o texto, o design e a serigrafia. Cada livro é feito de forma artesanal, com capa em serigrafia desenhada e feita por Miguel Rocha e encadernação manual. Assim, cada livro é único, e por isso um objecto colecionável para aqueles que gostam de teatro, e também para os que apreciam livros, especialmente aqueles feitos em pequena escala e por editores independentes.

Livros e edições_

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2024

O ÚLTIMO VOO DA TARTARUGA

INSIGHT

WHERE ARE YOU/ONDE ESTÁS, PÁ?

NÃO ME LEMBRO DE NADA

O ÚLTIMO VOO DA TARTARUGA

A inspiração veio da tartaruga George que morreu nas Galápagos, sendo a última representante da sua espécie. Nos últimos anos da sua longa vida, os biólogos tentaram cruzar a tartaruga com outras espécies próximas para manter o património genético daquela espécie, mas a natureza tinha outros planos. Tentámos criar personagens solitárias como George que tentavam apaixonar-se, numa dança nupcial em que o cenário era um clube noturno de dança.

 

INSIGHT 

A ideia era criar um discurso em que a conversa e os pensamentos eram sobrepostos.

Nas primeiras improvisações surgiram duas personagens, um mágico e a sua nova assistente. O mágico ensina um número de ilusionismo a uma assistente relutante, enquanto a sombra da assistente original paira na sala de ensaio.

WHERE ARE YOU / ONDE ESTÁS, PÁ? 

coreografia é encaixada num elevador de quatro metros quadrados, na qual duas personagens estão aparentemente presas, uma espécie de ascensão absurda, onde elas combatem pela identidade de cada qual.

NÃO ME LEMBRO DE NADA

Uma espécie de evolução da primeira e da segunda, (os mesmos intérpretes de “O Último Voo da Tartaruga”, a mesma lógica repetitiva de “Insight”), é uma série de quadros à volta de um casal fechado no seu universo doméstico em que a coreografia desenvolve-se dentro de narrativa por quadros.

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Sofia Trindade
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2024

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2023

MOLUSCO

 

APARATO

MOLUSCO

Molusco retrata uma conferência ou uma apresentação de uma investigação científica. O cenário, para além de duas cadeiras, tem apenas uma mesa junto à lateral direita do palco, onde estão alguns adereços, retroprojector, dossiers, etc.

 

APARATO 

A peça está dividida em quatro actos, como as obras clássicas do virar de século XIX para o século XX. O cenário é uma sala de estar com bastantes cadeiras, e candeeiros pendurados nas varas da teia de luz, onde se permitem criar zonas em que as personagens estão aparentemente isoladas das outras. A cada mudança de cena, as personagens mudam as cadeiras para a área iluminada por um candeeiro diferente, criando a ilusão uma nova
divisão da casa. Por isso, não há necessidade de haver entradas e saídas. Exceptuando a personagem do Engenheiro, as outras quatro estão sempre em cena. Eugénio vive com a sua jovem esposa Luzinha na casa, que também é partilhada pela ex- mulher Márcia, e pela irmã adoptiva Laurinda. Estão a passar por problemas financeiros e Eugénio conspirou um arranjinho entre a sua irmã e o Engenheiro. As personagens representam uma certa classe média baixa, inspiradas em parte nas comédias portuguesas da primeira metade do século XX.

CORREDOR 

A acção desta peça decorre num casarão.
As personagens são: Arnaldo que é primo de Zézinha, e casado com Generosa, e a sua cunhada Lena. Estão juntos pela primeira vez na casa do avô falecido, para o funeral e partilha do recheio da mansão.
A cena tem dois corredores de luz paralelos, de uma lateral à outra, separados por poucos metros de escuro, e o público é disposto ao longo dos dois corredores, metade na boca de cena, e a outra metade ao fundo do palco, como a disposição do Parlamento Inglês. As Laterais têm portanto quatro entradas, duas de cada lado, de onde
parece vir a luz dos corredores. As personagens entram e saem em grupo, e carregam objectos sortidos, coisas valiosas, que querem levar da partilha. Estão praticamente sempre em movimento. As personagens entram, inspecionam o recheio e saem.
O espaço é, por isso, uma personagem. A cada entrada dos 
protagonistas, pela disposição dos objectos e pelo jogo das luzes, é criada uma nova divisão. O percurso das personagens pelos espaços, é feito sempre na mesma direção até certa altura da peça.

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2023

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2022

SHADOWPLAY

 

 

 

 

CONTRATEMPOS

 SHADOWPLAY 

Shadow play é uma peça que implica um pequeno jogo de desconstrução narrativa. No início do texto, bem como entre actos e no final, os actores despem as personagens e mudam a mobília de cena, enquanto, à vez, um dos actores narra uma introdução à cena seguinte. Nessas mudanças de cena, a relação dos elementos do cenário mantém-se mas a orientação do cenário e a perspectiva do público muda.
As personagens são marcadamente velhas e estão cobertas por uma fina camada de pó. Quando mudam de acto despem parcialmente a velhice. Por razões que têm a ver com a facilidade de leitura e compreensão não se fazem
distinções entre a personagem da ficção, e a personagem do Shadow Play.

 

CONTRATEMPOS 

Uma sala moderna, bem decorada, com elementos antigos e contemporâneos bem combinados. Sofás, mesas e cadeiras. Tapetes e candeeiros. Vê-se que está tudo no sítio e arrumadinho. A sala está dividida em três planos. Em primeiro plano, há um espaço entre a mobília que será usado como pista de dança.
Em segundo plano os sofás e uma mesa de café. Atrás, em terceiro plano adivinha-se a porta de entrada, e a saída à esquerda para as outras divisões da casa. Duas pessoas, estão de costas para o observador parados a olhar para a porta.

FINLÂNDIA 

Sala de espera de uma clínica, moderna, hi-tec, branca. Mistura de spa com sala de operações. Sentados numas cadeiras a condizer estão LINDA e JORGE. Os números e títulos das cenas são como suspensões na acção. Por vezes, são saltos no tempo. Servem para mudar qualquer coisa em cena, ou uma oportunidade para o leitor se distrair da leitura.
As personagens, para além de LINDA e JORGE, usam fardas entre um hospital e um spa. O DOUTOR pode não usar bata em todas as suas aparições. A ASSISTENTE, a partir do momento em que entra pode ficar em cena a documentar a acção, tornando-se como que um elemento do cenário.

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2022

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2021

HANS, O CAVALO INTELIGENTE

ESTREIA: 21 de setembro, 2006
Antigo Rádio-Cine Montemor-o-Novo

 

VOLUNTÁRIO 22

ESTREIA: 27 de Setembro, 2007
Cine-Teatro Curvo Semedo |, Montemor-o-Novo

 HANS O CAVALO INTELIGENTE 

“Alvorada do séc.XX, van Osten, um professor de matemática aposentado, exibe Hans o seu prodigioso cavalo capaz de realizar operações de cálculo matemático. Carl Stumpf, biólogo e psicólogo ligado à fenomenologia e ao estudo da percepção é chamado a observar o fenómeno. Mas Hans não é um cavalo! Nos exórdios das ciências comportamentais assistimos a um fenómeno de feira: Como um filho estúpido se pode tornar um cavalo brilhante graças ao método pedagógico apropriado aplicado com desvelo paternal. Afinal, a realidade é uma convicção íntima e Hans quer é ser um cavalo; Porquê? A resposta é terrível. Fica o conforto do riso e “Hans, o cavalo inteligente” é hilariante."

 

 

 VOLUNTÁRIO 22 

“Este projecto baseia-se no estudo desenvolvido na universidade de Yale, no princípio dos anos sessenta, por Stanley Milgram: “The Obedience Experiment”. Intrigado com os testemunhos de oficiais nazis no julgamento de Nuremberga, Milgram concebeu uma experiência que se destinava a perceber como estes podiam alegar que apenas cumpriam ordens nos campos de concentração. Estariam a mentir? Reuniu uma equipa, construiu um cenário, pôs anúncio nos jornais pedindo voluntários, e submeteu-os a um “tratamento de choque”.
O espectáculo é uma ficção. Não é uma cópia do que se passou em Yale, em Maio de 1962. Contudo, alguns factos repetem-se nas duas experiências, na real e na ficcionada...

Miguel Rocha

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

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2019

TAILÂNDIA

ESTREIA: 21 de Outubro, 2004
Celeiros da EPAC, Montemor-o-Novo

COMICHÃO

ESTREIA: 29 de Setembro, 2005
Antigo Rádio-Cine, Montemor-o-Novo

 TAILÂNDIA 

“Tailândia foi escrito a partir de improvisações em 2004. Foi levado a cena no mesmo ano com o nome “O império contra-ataca ou o Outono em Pequim”. É uma peça escrita com a colaboração de todos os envolvidos: Maila Dimas, Rafaela Santos, Sérgio Gomes e Miguel Antunes. A acção passa-se numa cave, um abrigo familiar para catástrofes políticas, onde a família se recolhe do mundo para sobreviver aos tempos de incerteza da época. A família representa uma sociedade amedrontada com a mudança e com os novos tempos, agarrando-se ao passado para manter o equilíbrio familiar.
A ideia para a criação do texto era a de fazer uma sitcom, na qual as personagens esgrimiam algumas punchlines em torno das relações entre elas, e entre elas e o mundo exterior. Com o desenrolar do trabalho tornou-se mais do que isso: à sitcom juntaram-se as duas cenas que fecham a peça, a cena do hospital, e a cena final do regresso a casa. A primeira cena foi testada no Festival Noites da Nora em Serpa, e a peça estreou completa em Setembro, em Montemor-o- Novo. A última cena nunca foi fixada em texto, e foi impro- visada em cada apresentação. A versão aqui proposta é uma memória a partir dos registos dispersos que ainda restam do espectáculo."

 COMICHÃO 

“Comichão partiu de um trabalho de improvisação sobre o espaço. A peça estreou no Rádio Cine em Montemor-o-Novo, que devia o nome ao facto de ser um antigo cinema, numa igreja desactivada. Nos últimos tempos tinha funcionado como armazém. As improvisações sugeridas aos três actores passavam-se também em vários espaços. O texto, como resultado das improvisações, foi estruturado num espaço ambíguo onde as três personagens iam interagindo, desconhecendo as razões da sua presença ali, e não tendo qualquer objectivo para ali permanecerem. Um limbo. A única coisa que as mantém no local é o jogo de forças que mantêm entre elas. Não há pânico, como também não há fuga. A montagem do espectáculo aprofundou estas ideias, através da desolação do espaço cénico, da cenografia, da presença de vídeo nas paredes erodidas, e da luz. As cenas foram separadas por música que remetia para um universo cinematográfico, e o movimento das personagens acentuava essa suspensão temporal. No texto não existem chaves para a sua resolução."

Francisco Campos

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

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2018

O ESPÍRITO DA COISA

ESTREIA: 23 de Março de 2012
Cine-Teatro Curvo Semedo, Montemor-o-Novo

 

 

 

 

 O ESPÍRITO DA COISA 

"Procurámos um sentido para o espectáculo.
Encontrámos a frieza de um gerador.

“O espírito da coisa” é um texto escrito a partir de improvisações. A narrativa foi sugerida por software, por um gerador de conteúdos. O espectáculo que criámos com ele, foi um trabalho conjunto entre a máquina, e uma equipa de actores, a Susana Nunes, a Maila Dimas, o Miguel Antunes, e eu.
Este livro é o resultado desses encontros artísticos com o aleatório."

Francisco Campos

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

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2018

EDIT

ESTREIA 17 de Junho de 2015

Negócio/ZDB, Lisboa

NORMA

12 de Outubro de 2016

Negócio/ZDB, Lisboa

 EDIT 

“Quais são as perspectivas que tu achas que um homem como tu… “ começa Fernando Lopes a perguntar a João César Monteiro, com os modos afeiçoados e labirínticos recebidos dos tempos, suspeitosamente esquecidos, em que Alfama, a Mouraria, o Castelo e arredores, em peso, se viravam para Meca; e fecha a pergunta, ao fim de algum tempo: “… como é que tu vais poder subsistir em Portugal, quando nós sabemos que as possibilidades são tão poucas, isto é, que não há assim muito por onde as pessoas se possam defender?”

João César respondeu directamente e para a câmara: “Eh, pá… como é que Portugal vai subsistir sem mim?”

Não tem sido fácil. Muito poucos o têm conseguido. Aqui e ali, por mérito próprio. Mas Portugal, no seu conjunto, digamos assim, nem por isso. Quando vi Dança, um espectáculo concebido pelo Francisco Campos e posto em cena pelo próprio com Leonor Keil e João de Brito, vi pessoas a defenderem-se muito bem, para usar o termo do cineasta. 

Ao ler Edit, o que me tocou foi a sua intensa portuguesidade. Eis uma maneira arriscada de subsistir, que foi a seguida por João César e agora por Francisco Campos: entrar ainda mais nos esconsos da dificuldade, descer ainda mais aos meandros da escassez de possibilidades, ir mais na via da falta de meios de defesa."

Fernando Villas Boas

 NORMA 

Für Dich, meine Freude, mein Schmerz.
Norma nasceu em sua casa, no Verão de 2016, e cresceu até se tornar num texto, em aproximadamente três semanas. Sem saber, foi criada a partir do mote: "Tudo tem e não tem sentido."
Foi escrita de dia e sonhada de noite. No calor insuportável do 2º esquerdo, e nas noites de ventoinha e de insónia.
A Norma foi-lhe dado um ego jovem, mas um coração de um velho. Uma e o Doutor são mais recentes, nasceram depois e não são personagens, isto é, não são.
O texto foi encenado e clarificou-se com as atrizes. Este que aqui está já traz essa marca.

Francisco Campos

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

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2021

CATÁLOGO GRÁFICO DO CARTAZES

Livro que documenta o percurso do Projecto Ruínas através dos cartazes das suas criações.

 

 

 

 

 CATÁLOGO GRÁFICO DOS CARTAZES 
RUÍNAS 2000-2018 

 

"O Projecto Ruínas é uma estrutura de criação teatral que faz espetáculos nos quais se cruzam áreas artísticas. Surgiu como estrutura informal, em 200, e em 2003 formalizou-se como associação cultura.

Desde a sua formação o Projecto Ruínas tem procurado um caminho singular através da experimentação, cruzamento de disciplinas e influências, devising e novas dramaturgias. Partindo do pressuposto de que em cada projecto tem que se percorrer um caminho novo, o Ruínas tenta nos seus espetáculos partilhar a experiência da criação com o público, de uma forma crua, desafiando limites, arriscando e abraçando as falhas.

Este livro relata de uma forma documental esse percurso."

Francisco Campos

Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha

Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

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