Desde 2017, o Projecto Ruínas empenha-se em publicar os textos levados à cena ao longo dos últimos 20 anos de intensa criação teatral, com o objectivo de divulgar o património textual criado por Francisco Campos.
Estas edições são, em si mesmas, objectos de arte, cruzando o texto, o design e a serigrafia. Cada livro é feito de forma artesanal, com capa em serigrafia desenhada e feita por Miguel Rocha e encadernação manual. Assim, cada livro é único, e por isso um objecto colecionável para aqueles que gostam de teatro, e também para os que apreciam livros, especialmente aqueles feitos em pequena escala e por editores independentes.
Livros e edições_

2021
HANS, O CAVALO INTELIGENTE
ESTREIA: 21 de setembro, 2006
Antigo Rádio-Cine Montemor-o-Novo
VOLUNTÁRIO 22
ESTREIA: 27 de Setembro, 2007
Cine-Teatro Curvo Semedo |, Montemor-o-Novo
HANS O CAVALO INTELIGENTE
“Alvorada do séc.XX, van Osten, um professor de matemática aposentado, exibe Hans o seu prodigioso cavalo capaz de realizar operações de cálculo matemático. Carl Stumpf, biólogo e psicólogo ligado à fenomenologia e ao estudo da percepção é chamado a observar o fenómeno. Mas Hans não é um cavalo! Nos exórdios das ciências comportamentais assistimos a um fenómeno de feira: Como um filho estúpido se pode tornar um cavalo brilhante graças ao método pedagógico apropriado aplicado com desvelo paternal. Afinal, a realidade é uma convicção íntima e Hans quer é ser um cavalo; Porquê? A resposta é terrível. Fica o conforto do riso e “Hans, o cavalo inteligente” é hilariante."
VOLUNTÁRIO 22
“Este projecto baseia-se no estudo desenvolvido na universidade de Yale, no princípio dos anos sessenta, por Stanley Milgram: “The Obedience Experiment”. Intrigado com os testemunhos de oficiais nazis no julgamento de Nuremberga, Milgram concebeu uma experiência que se destinava a perceber como estes podiam alegar que apenas cumpriam ordens nos campos de concentração. Estariam a mentir? Reuniu uma equipa, construiu um cenário, pôs anúncio nos jornais pedindo voluntários, e submeteu-os a um “tratamento de choque”.
O espectáculo é uma ficção. Não é uma cópia do que se passou em Yale, em Maio de 1962. Contudo, alguns factos repetem-se nas duas experiências, na real e na ficcionada...
Miguel Rocha
Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha
Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

2019
TAILÂNDIA
ESTREIA: 21 de Outubro, 2004
Celeiros da EPAC, Montemor-o-Novo
COMICHÃO
ESTREIA: 29 de Setembro, 2005
Antigo Rádio-Cine, Montemor-o-Novo
TAILÂNDIA
“Tailândia foi escrito a partir de improvisações em 2004. Foi levado a cena no mesmo ano com o nome “O império contra-ataca ou o Outono em Pequim”. É uma peça escrita com a colaboração de todos os envolvidos: Maila Dimas, Rafaela Santos, Sérgio Gomes e Miguel Antunes. A acção passa-se numa cave, um abrigo familiar para catástrofes políticas, onde a família se recolhe do mundo para sobreviver aos tempos de incerteza da época. A família representa uma sociedade amedrontada com a mudança e com os novos tempos, agarrando-se ao passado para manter o equilíbrio familiar.
A ideia para a criação do texto era a de fazer uma sitcom, na qual as personagens esgrimiam algumas punchlines em torno das relações entre elas, e entre elas e o mundo exterior. Com o desenrolar do trabalho tornou-se mais do que isso: à sitcom juntaram-se as duas cenas que fecham a peça, a cena do hospital, e a cena final do regresso a casa. A primeira cena foi testada no Festival Noites da Nora em Serpa, e a peça estreou completa em Setembro, em Montemor-o- Novo. A última cena nunca foi fixada em texto, e foi impro- visada em cada apresentação. A versão aqui proposta é uma memória a partir dos registos dispersos que ainda restam do espectáculo."
COMICHÃO
“Comichão partiu de um trabalho de improvisação sobre o espaço. A peça estreou no Rádio Cine em Montemor-o-Novo, que devia o nome ao facto de ser um antigo cinema, numa igreja desactivada. Nos últimos tempos tinha funcionado como armazém. As improvisações sugeridas aos três actores passavam-se também em vários espaços. O texto, como resultado das improvisações, foi estruturado num espaço ambíguo onde as três personagens iam interagindo, desconhecendo as razões da sua presença ali, e não tendo qualquer objectivo para ali permanecerem. Um limbo. A única coisa que as mantém no local é o jogo de forças que mantêm entre elas. Não há pânico, como também não há fuga. A montagem do espectáculo aprofundou estas ideias, através da desolação do espaço cénico, da cenografia, da presença de vídeo nas paredes erodidas, e da luz. As cenas foram separadas por música que remetia para um universo cinematográfico, e o movimento das personagens acentuava essa suspensão temporal. No texto não existem chaves para a sua resolução."
Francisco Campos
Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha
Produção Catarina Caetano
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

2018
O ESPÍRITO DA COISA
ESTREIA: 23 de Março de 2012
Cine-Teatro Curvo Semedo, Montemor-o-Novo
O ESPÍRITO DA COISA
"Procurámos um sentido para o espectáculo.
Encontrámos a frieza de um gerador.
“O espírito da coisa” é um texto escrito a partir de improvisações. A narrativa foi sugerida por software, por um gerador de conteúdos. O espectáculo que criámos com ele, foi um trabalho conjunto entre a máquina, e uma equipa de actores, a Susana Nunes, a Maila Dimas, o Miguel Antunes, e eu.
Este livro é o resultado desses encontros artísticos com o aleatório."
Francisco Campos
Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha
Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

2018
EDIT
ESTREIA 17 de Junho de 2015
Negócio/ZDB, Lisboa
NORMA
12 de Outubro de 2016
Negócio/ZDB, Lisboa
EDIT
“Quais são as perspectivas que tu achas que um homem como tu… “ começa Fernando Lopes a perguntar a João César Monteiro, com os modos afeiçoados e labirínticos recebidos dos tempos, suspeitosamente esquecidos, em que Alfama, a Mouraria, o Castelo e arredores, em peso, se viravam para Meca; e fecha a pergunta, ao fim de algum tempo: “… como é que tu vais poder subsistir em Portugal, quando nós sabemos que as possibilidades são tão poucas, isto é, que não há assim muito por onde as pessoas se possam defender?”
João César respondeu directamente e para a câmara: “Eh, pá… como é que Portugal vai subsistir sem mim?”
Não tem sido fácil. Muito poucos o têm conseguido. Aqui e ali, por mérito próprio. Mas Portugal, no seu conjunto, digamos assim, nem por isso. Quando vi Dança, um espectáculo concebido pelo Francisco Campos e posto em cena pelo próprio com Leonor Keil e João de Brito, vi pessoas a defenderem-se muito bem, para usar o termo do cineasta.
Ao ler Edit, o que me tocou foi a sua intensa portuguesidade. Eis uma maneira arriscada de subsistir, que foi a seguida por João César e agora por Francisco Campos: entrar ainda mais nos esconsos da dificuldade, descer ainda mais aos meandros da escassez de possibilidades, ir mais na via da falta de meios de defesa."
Fernando Villas Boas
NORMA
Für Dich, meine Freude, mein Schmerz.
Norma nasceu em sua casa, no Verão de 2016, e cresceu até se tornar num texto, em aproximadamente três semanas. Sem saber, foi criada a partir do mote: "Tudo tem e não tem sentido."
Foi escrita de dia e sonhada de noite. No calor insuportável do 2º esquerdo, e nas noites de ventoinha e de insónia.
A Norma foi-lhe dado um ego jovem, mas um coração de um velho. Uma e o Doutor são mais recentes, nasceram depois e não são personagens, isto é, não são.
O texto foi encenado e clarificou-se com as atrizes. Este que aqui está já traz essa marca.
Francisco Campos
Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha
Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021

2021
CATÁLOGO GRÁFICO DO CARTAZES
Livro que documenta o percurso do Projecto Ruínas através dos cartazes das suas criações.
CATÁLOGO GRÁFICO DOS CARTAZES
RUÍNAS 2000-2018
"O Projecto Ruínas é uma estrutura de criação teatral que faz espetáculos nos quais se cruzam áreas artísticas. Surgiu como estrutura informal, em 200, e em 2003 formalizou-se como associação cultura.
Desde a sua formação o Projecto Ruínas tem procurado um caminho singular através da experimentação, cruzamento de disciplinas e influências, devising e novas dramaturgias. Partindo do pressuposto de que em cada projecto tem que se percorrer um caminho novo, o Ruínas tenta nos seus espetáculos partilhar a experiência da criação com o público, de uma forma crua, desafiando limites, arriscando e abraçando as falhas.
Este livro relata de uma forma documental esse percurso."
Francisco Campos
Autor Francisco Campos Design Miguel Rocha
Produção Catarina Caetano | Inês Abrunhosa
©Projecto RuÍnas Montemor-o-Novo 2021